Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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Orientações

A medicina evolui de maneira contínua; pesquisas multicêntricas, grandes ensaios clínicos e experimentais aliados a publicações de periódicos especializados e intercâmbio de informações, tudo torna os tratamentos mais seguros e eficazes. A despeito destes avanços, ainda não existem procedimentos imunes a complicações. Elas são inerentes ao ato médico. 

Existem complicações da saúde geral, comuns a qualquer ato cirúrgico e outras específicas da área operada. Citarei em seguida sobre as mais importantes.

Complicações anestésicas – As mais temidas são o choque anafilático (reação de hipersensibilidade à medicação que leva ao broncoespasmo e vasodilatação generalizada) e a hipóxia cerebral. Estas complicações são raras; houve uma grande diminuição nos riscos anestésicos devido ao uso de medicações cada vez mais seguras, bem como monitorização mais eficiente.

Hemorragia – Rara em cirurgia eletiva. Mais freqüente em cirurgias reparadoras de grande porte como ressecções oncológicas ou fraturas complexas de face. No entanto, pode estar presente em grandes reduções mamárias ou abdominais, ou em grandes lipoaspirações.

Necroses - Perda da vitalidade de alguma área operada por insuficiência da perfusão sanguínea. O sinal característico é o escurecimento. Ocorrem em cirurgias nas quais são descolados retalhos e são mais freqüentes no paciente fumante.

Infecção – Sua ocorrência provoca a abertura da ferida operatória e exposição de próteses. O tratamento é realizado com drenagem, retirada de prótese (quando houver), curativos e antibioticoterapia.

Deiscência – É a abertura da ferida operatória. Ocorre devido à infecção, falta de repouso local ou hematoma. Em alguns casos, requer tratamento com curativo durante o fechamento espontâneo, em outros, é possível o fechamento precoce com nova sutura.

Seroma – Acúmulo de exsudato em áreas descoladas. É prevenido através de uso de drenos de sucção e tratado pela punção e esvaziamento.

Trombose venosa profunda – Formação de trombos no sistema venoso dos membros inferiores. Os fatores de risco são: cirurgias de grande porte, obesidade, fumantes, doenças venosas prévias (varizes), uso de anticoncepcionais. A prevenção é feita com uso de anticoagulantes e de aparelhos de uso de compressão intermitente no trans e pós-operatório.

Patologias cicatriciais – As cicatrizes surgem sempre quando há incisão, portanto toda cirurgia plástica deixa cicatriz. A diminuição do estigma da cicatrização é conseguida pelo posicionamento em linhas naturais de força da pele, em regiões mais escondidas (sulcos e áreas cobertas pelas roupas) e uso de técnica adequada com instrumental e fios apropriados. Há variação de cicatrização entre indivíduos e entre regiões do corpo de um mesmo indivíduo. Por exemplo, cicatrizes na face tendem a ser de melhor qualidade do que na perna ou ombro. Os principais problemas cicatriciais são: queloide, hipertrofia, atrofia, hiperpigmentação, hipopigmentação, depressões, sinéquias e bridas.

Revisões cirúrgicas - A busca da perfeição é uma utopia para ambos, cirurgião e paciente. As técnicas atuais permitem grandes mudanças e grandes resultados, porém existem limitações. Os pacientes devem estar cientes destes limites e saber que o tecido vivo reage à agressão cirúrgica com edema, equimoses e cicatrizações que fazem o resultado definitivo demorar alguns meses. Mesmo assim é possível detectar, após este período, “imperfeições”. Algumas já são previsíveis e são informadas ao paciente antes da cirurgia. Por exemplo, numa ritidoplastia todas as rugas ou flacidez não serão totalmente corrigidas e sim suavizadas; na lipoaspiração as “celulites” não serão corrigidas. Outras são passíveis de melhoria através de outra cirurgia, geralmente de menor porte e programada após um período mínimo de seis meses a um ano.

Cuidados para diminuir a chance de complicações

  • Faça sua cirurgia com um cirurgião plástico credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
  • Faça exames pré-operatórios e avaliação cardiológica.
  • Não fume, pois os fumantes têm mais chance de complicações. Para os fumantes: não fumar pelo menos quinze dias antes do procedimento e um mês após.
  • Faça a sua cirurgia em hospital.
  • Siga as instruções do médico no pós-operatório. Faça o repouso necessário.

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